Reprodução/Jovem Pan News

Douglas Lima - Especial para o Uai 28/02/2023 16:32

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Roberto Justus foi o convidado do programa Pânico, da Jovem Pan News, na última segunda-feira (27/02). O empresário e apresentador analisou a derrota do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) na eleição de 2022.

"[Bolsonaro fez] tudo errado. Saiu do Brasil, não entregou a faixa [presidencial], foi covarde, não voltou até agora, não falou com ninguém e quando falou foi uma decepção", reclamou Justus.

Roberto afirmou que a volta do Partido dos Trabalhadores e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo máximo do Executivo é responsabilidade de Jair Bolsonaro pelas "bobagens que ele fez e disse".

"Quem entregou o Brasil para a direita, para o Bolsonaro, foi Lula e o PT, com tudo o que eles fizeram no passado. Quem devolveu o Brasil para Lula e o PT foi Bolsonaro, com as bobagens que ele fez e disse", destacou.

"Tava ganho (o segundo mandato), se tivesse administrado melhor. Já tive a chance de falar isso para ele pessoalmente", acrescentou.

Justus aponta o discurso radical e isolacionista como o maior erro cometido por Bolsonaro: "Ele bateu no início, precisava quebrar a espinha dorsal do problema endêmico de corrupção. Já foi, tem de ser presidente de todos os brasileiros, assumir como estadista".

Na avaliação do premiado publicitário, a reeleição escapou por conta da cruzada pessoal do ex-chefe do Executivo contra a TV Globo e a imprensa em geral. "Para de bater na mídia. A mídia tem de estar ao seu lado, não contra você. Botar anúncio na Rede Globo se quiser mostrar tudo o que você fez. Elencar tudo o que fez. Ninguém sabe, [Bolsonaro] não anunciou. Quer brigar com o veículo. Trump bateu na imprensa quatro anos, não foi reeleito. Falei para ele: 'não vai ser reeleito'. Não foi reeleito", afirmou.

Integrantes da atração questionaram se o político aceitou bem as críticas. "Levou na boa, ele é muito querido, uma pessoa simples, só que ouve pessoas erradas. Tem gente errada influenciando ele, Carluxos da vida, que são belicosos, querem bater em todo mundo", explicou.

Vale destacar, que Carluxo é o apelido de Carlos Bolsonaro, o filho 02, vereador na cidade do Rio de Janeiro e responsável pela campanha eleitoral do pai dele nas redes sociais.

Durante o bate-papo, Roberto Justus afirmou que Jair Messias Bolsonaro errou ao não suavizar o discurso a fim de conquistar mais votos: "A mulher brasileira, 53% do eleitorado, não quer gente machista, andando de moto, batendo e xingando, levantando placa de Globolixo. O que é isso? A Globo é uma emissora maravilhosa".

"Mais ou menos", interveio Emílio Surita, líder do Pânico. "Também não é assim, não. Você vem aqui falar bem da Globo! Ah, não vem, não!", acrescentou.

Na sequência, Roberto insistiu em elogiar a emissora da família de Roberto Marinho (1904-2003). "Tem que admirar uma emissora dessa. Eu não admiro todos os jornalistas que estão lá, não concordo com a opinião de todos que estão falando lá. Estou falando de um veículo competente que criou o nosso mundo da publicidade e da televisão, ditado pela competência da Rede Globo. Não tem como negar isso", declarou.

"Todos os outros veículos vieram e fizeram um trabalho depois da Rede Globo e estão aí. Não pode um presidente da República querer bater num veículo desnecessariamente".

Roberto Justus

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

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