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Douglas Lima - Especial para o Uai 09/05/2023 11:49

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Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, que morreu na noite desta segunda-feira (08/09), aos 75 anos de idade, não gostava de ser chamada de Rainha do Rock, expressão volta e meia associada a seu nome em reportagens e homenagens.

A artista revelou, em entrevista à revista Rolling Stones Brasil, que achava a alcunha meio brega. "Gosto mais de ser chamada de 'padroeira da liberdade' do que 'rainha do rock', que acho um tanto cafona…", explicou Rita, em novembro do ano passado após uma homenagem pelo conjunto da obra no Grammy Latino 2022.

Em entrevista exclusiva ao jornalista e amigo pessoal Guilherme Samora, a cantora e compositora deu conselhos às novas vozes femininas da música brasileira. "Sempre digo que é bacana quando o artista canta suas próprias músicas, diz o que deseja, dá seu recado sem papas na língua. Vale a pena investir em compor", explicou.

"Não poderia ser diferente, o mundo feminino é muito interessante, complexo e louco. Temos conquistas pela frente e aos poucos vamos tomando o poder a que temos direito. Se for para reencarnar novamente aqui na Terra vou querer ser mulher, caso contrário vou nascer hermafrodita num lugar onde não haja preconceito nem políticos escrotos", acrescentou.

Rita nasceu em 31 de dezembro de 1947 em São Paulo. Caçula de três irmãs, seus pais eram filhos de imigrantes americanos e italianos. O sobrenome Lee foi uma homenagem do pai ao general confederado norte-americano Robert E. Lee.

Em 1963, a roqueira teve sua primeira banda, a Teenage Singers, com mais duas amigas. Com o tempo, o trio conheceu outros músicos, que compunham o grupo masculino Wooden Faces, formando o Six Sided Rockers.

Após a saída do grupo em 1972, se juntou com Lúcia Turnbull e formou As Cilibrinas do Éden. Depois de uma única gravação ao vivo, as duas desistem da dupla e formam a banda Tutti Frutti com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros. Já em 1975, é lançado Fruto Proibido, disco com sucessos como Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roque Enrow e Ovelha Negra e que se tornou um clássico do rock brasileiro. Assim, nasce o apelido de Rainha do Rock Brasileiro para Rita.

O último álbum de estúdio de Rita Lee, Reza, foi lançado em 2012. Ao todo foram 40 álbuns, sendo 6 dos Mutantes, 34 na carreira solo. O último show da carreira da estrela foi realizada em janeiro daquele ano, no Festival de Verão de Sergipe. A artista foi detida na noite da última apresentação, acusada de cometer desacato policial e apologia às drogas.

Rita realmente nunca mais fez uma turnê. Mas ainda fez um show no Distrito Federal no fim de 2012, em que abaixou a calça para o público, e cantou no aniversário de São Paulo em 2013, ovacionada pelo público de sua cidade natal.

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