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Quem foi Sergio Mendes? Ícone brasileiro e vencedor do Grammy morre aos 83

Morre Sergio Mendes, aos 83 anos, pianista e astro internacional da música brasileira

Foto Sergio Mendes Reprodução TV Globo / Conversa com Bial
Músico Sergio Mendes morre aos 83 anos nos EUA
Redação UAI clock 06/09/2024 12:03
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Nesta sexta-feira (6), o mundo da música perdeu um de seus grandes nomes. Sergio Mendes, pianista e compositor renomado, faleceu aos 83 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos. A notícia foi confirmada por seus familiares ao GLOBO, embora a causa exata da morte não tenha sido divulgada. Desde o final de 2023, Mendes vinha lutando contra doenças relacionadas a problemas respiratórios.

 

Sergio Mendes foi um dos principais representantes do samba-jazz, gênero que ajudou a moldar ao lado de gigantes da música, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell. No famoso Beco das Garrafas, reduto da bossa nova localizado em Copacabana, Rio de Janeiro, Mendes deu os primeiros passos na sua carreira durante as décadas de 1950 e 1960. Foi lá que ouviu pela primeira vez "Mas que Nada", canção de Jorge Ben Jor que se tornaria o maior sucesso do grupo Brasil '66.

 

Sucesso internacional de Sergio Mendes

Em 1966, o álbum "Herb Alpert presents Sergio Mendes & Brazil '66" impulsionou "Mas que Nada" ao sucesso internacional, culminando em uma regravação de grande êxito pelo grupo americano Black Eyed Peas em 2006. Essa música marcou uma das muitas conquistas de Sergio Mendes, que viveu por seis décadas em Los Angeles ao lado de sua esposa Gracinha Leporace.

 

Gracinha, que também foi sua parceira musical, começou a cantar na banda de Sergio no início dos anos 1970. A decisão de se mudar para os EUA foi motivada pela instabilidade política no Brasil após o golpe militar de 1964. Nos Estados Unidos, Mendes se destacou como o brasileiro com mais gravações no Top 100 das paradas americanas.

 

Qual foi o impacto de Sergio Mendes na música americana?

No cenário musical dos EUA, Sergio Mendes conseguiu colocar 14 músicas no Top 100 das paradas americanas. "Mas que Nada" alcançou a 47ª posição em 1966, e "Olympia" chegou à 58ª em 1984. Em 1967, "The Look of Love" chegou ao quarto lugar nas rádios americanas. Quinze anos depois, "Never Gonna Let You Go" atingiu a mesma posição e também fez sucesso no Japão.

 

1966: "Mas que Nada" – 47ª posição

1967: "The Look of Love" – 4ª posição

1984: "Olympia" – 58ª posição

1982: "Never Gonna Let You Go" – 4ª posição

Sergio Mendes e a regravação dos Beatles

Outro sucesso notável de Sergio Mendes & Brasil '66 foi "Fool on the Hill", uma canção dos Beatles que deu nome ao álbum de 1968 do grupo. Paul McCartney, autor da música, aprovou a versão de Mendes dizendo que era a melhor que já havia ouvido. Essa versão feita por Sergio foi criada durante um réveillon em Acapulco com Herb Alpert.

 

Em 2013, Mendes homenageou McCartney em Los Angeles e recebeu uma carta dele elogiando a versão da música. Nas palavras de Sergio, sua intenção sempre foi enfatizar a melodia, criando arranjos que unissem o samba e a bossa nova com toques internacionais.

 

Colaborações e Reconhecimentos

Em 1992, o niteroiense lançou o álbum "Brasileiro", que lhe rendeu um Grammy na categoria World Music. Esse disco contou com várias composições de Carlinhos Brown, que na época ainda era uma promessa da música pop brasileira. A parceria com Brown rendeu mais frutos em 2012, quando a dupla foi indicada ao Oscar pela canção "Real in Rio", feita para o filme de animação "Rio" (2011).

 

Sergio Mendes deixou um legado impressionante que transcende fronteiras. Seu impacto na música internacional e sua capacidade de colaborar com artistas de diversas nacionalidades são testamentos do seu talento e visão global. Mendes será lembrado não apenas como um dos maiores músicos brasileiros, mas como um verdadeiro embaixador da cultura musical do Brasil no mundo. 

 

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