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Gilberto Gil diz que o Brasil está se 'descivilizando' graças ao Bolsonaro

'O que esperar de uma pessoa que prefere abrir um clube de tiro a uma biblioteca?', questiona o cantor e compositor

Reprodução/Instagram/Pedro Napolinário Reprodução/Instagram/Pedro Napolinário
Douglas Lima - Especial para o Uai clock 22/07/2022 16:11
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cantor e compositor Gilberto Gil fez novas críticas ao Presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL). Nesta sexta-feira (22/07), o jornal britânico The Guardian publicou uma longa entrevista do brasileiro, que está em turnê pela Europa.

músico, que já assumiu um importante cargo na política brasileira ao ser Ministro da Cultura do então presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT) entre 2003 e 2008, demonstrou mais uma vez o seu descontentamento com o atual governo. Gilberto falou, por exemplo, sobre o "retrocesso" do Brasil nos últimos anos.

 

"A regressão a que fomos submetidos é impressionante. Mas o que esperar de uma pessoa que prefere abrir um clube de tiro a uma biblioteca?", questionou o veterano. "É uma visão de mundo retrógrada, reacionária, que se opõe a qualquer tipo de avanço, que não quer viver na agilidade do futuro e nos permanentes desafios que isso implica", acrescentou. 

 

Vale destacar, que ao assumir o cargo de presidente em 2019, Jair Bolsonaro anunciou a extinção do Ministério da Cultura, sendo suas atribuições incorporadas ao recém-criado Ministério da Cidadania. O governo Bolsonaro também cortou verbas importantes destinadas ao setor cultural.

 

O ícone da MPB, que é um dos fundadores do Instituto Onda Azul, ONG que criou em 1991 com o objetivo inicial de defender as águas dos mares e dos rios brasileiros. Gil chegou a ceder a música Refloresta em 2021 para uma campanha contra o desmatamento, aponta que o sucateamento da Amazônia feito pelo atual governo é "uma enorme depreciação da imagem do Brasil para o mundo". Ele explica que, na sua perspectiva, "é como se estivéssemos nos descivilizando".

 

O imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) ainda destacou que os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na região do Vale do Javari, no Amazonas foi "um crime bárbaro". O baiano descreveu os dois homens, que documentavam incursões em terras indígenas, como "dois importantes agentes na luta pela preservação de nossas riquezas naturais e pela viabilidade de um futuro de relações ambientais mais justas e equilibradas". 

 

No Reino Unido, a turnê Nós, a gente, formada por familiares do artista de 80 anos de idade, faz show em Liverpool no dia 27 de julho, em Londres em 20 de julho e no festival Womad, em 31 de julho. A preparação para a série de shows deu vida ao documentário Em casa com os Gil, que estreou na Amazon Prime Video.

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