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Herdeira rejeita fortuna de 22 bilhões da avó
Marlene Engelhorn acredita que não vai ser feliz com fortuna da família
Descendente dos fundadores da multinacional Basf, empresa química multinacional com receita de 78 bilhões de euros, Marlene Engelhorn, de 30 anos de idade, afirmou publicamente que vai rejeitar 90% da herança deixada pela avó, de 4,2 bilhões de euros (R$ 21,9 bilhões).
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A idosa de 95 anos, Traudl Engelhorn-Vechiatto, havia anunciado o desejo de deixar a fortuna para a estudante de literatura da Universidade de Viena, capital de seu país de origem. Entretanto, a jovem acredita que o dinheiro não a fará feliz e que "não fez nada" para receber a fortuna.
"Quando o anúncio foi feito (de que receberia o dinheiro da avó), eu percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma que algo estava errado", declarou Marlene em entrevista ao jornal austríaco Der Standard.
"Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência", acrescentou. Engelhorn também destacou que a avó lidou bem com sua decisão. "Ela deu uma liberdade enorme de fazer o que quisesse", afirmou.
Marlene Engelhorn integra a organização Milionários Pela Humanidade, que defende que milionários e bilionários sejam "taxados da mesma forma que os trabalhadores". O grupo conta com mais de 80 membros - incluindo a herdeira da Disney, Abigail Disney.
A declaração, considerada "polêmica", repercurtiu o nome da bilionária na imprensa internacional e fez com que ela concedesse outras entrevistas falando sobre taxar os super-ricos.
"Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência", disse em entrevista ao canal austríaco ORF2.
No bate-papo, ela também comentou que ainda não sabe o que vai fazer com a grana e chamou alguns atos de benevolência anunciados por milionários e bilionários como "neofeudalismo" disfarçado de caridade, já que eles, mesmo ao se desprenderem das suas riquezas, têm o poder de decidir para onde elas serão enviadas.
"A sociedade não tem que contar com o fato de que os milionários vão ser benevolentes. Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que eu posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é que determina como a riqueza vai ser distribuída"
Marlene Engelhorn