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5 perguntas para Carol Costa, que interpreta Bibi Ferreira em musical de SP
"Recebo elogios sobre como estou parecida com ela, mas sempre explico: não é encarnação, é trabalho duro e pesquisa", disse a atriz durante contato com o portal
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Carol Costa nem bem se despediu de Patrícia Galvão, a Pagu, em "Tarsila, a Brasileira", e já se viu envolvida em uma nova produção teatral. Desta vez, na pele de Bibi Ferreira em "Clara Nunes — A Tal Guerreira". Na montagem, que estreou no início de agosto e vai até o fim de setembro, no Teatro Bravos, em São Paulo, a também bailarina divide o palco com a cantora Vanessa da Mata.
E, aproveitando um dos intervalos das preparações das últimas apresentações (sim, a produção que faz uma celebração à artista mineira que marcou a história da música brasileira se encerra neste domingo, dia 29), a estrela carioca topou bater um papo exclusivo com a coluna e responder a cinco questões. Confira os melhores momentos do nosso dedo de prosa, uai!
1. Você é acostumada a papéis em que canta e dança, certo? Como está sendo viver Bibi Ferreira nesse projeto, sem quadros musicais?
Estou superfeliz! Além de cantar e dançar, amo atuar, e interpretá-la tem sido delicioso. Embora ela só cante "Basta Um Dia", participa de todos os números dançando e costurando a narrativa. Com quase 30 [números musicais] no total, foi preciso muita imersão para sustentar os trejeitos e intenções de Bibi ao longo de duas horas sem sair de cena. Esse desafio tem me dado bastante alegria e o reconhecimento do público.
2. Bibi foi uma figura icônica do teatro e bem próxima de Clara Nunes. Como foi o processo para capturar a essência dessa relação pessoal e profissional?
Antes dos ensaios, mergulhei em entrevistas, documentários e livros. Elas se tornaram irmãs de alma após Bibi dirigir dois shows de Clara, que admirava a segurança e paixão da amiga pelo ensino. Além da direção de Jorge Farjalla, tive o privilégio de conversar com Deolinda Vilhena, contato pessoal das duas, que compartilhou memórias preciosas. Clara se encantou por Claudina, a "filhinha imaginária" de Bibi, que aparece no espetáculo. Estabelecer essa conexão de amor e respeito com Vanessa da Mata (Clara Nunes) foi fácil, pois ela é encantadora.
3. Em "Clara Nunes — A Tal Guerreira", você precisa emular o estilo único de direção de Bibi Ferreira. Quais foram as principais características que procurou trazer para a sua atuação?
Humanizá-la foi essencial para "conectar" com a plateia. Com a direção de Jorge Farjalla e minha intuição, construí uma personagem segura, com uma presença notável e uma fala objetiva. Bibi dominava aqueles ao seu redor com firmeza e sem rodeios, tanto como diretora quanto amiga. Seu humor vem da sinceridade e acidez de suas palavras, o que diverte a todos. Ela dizia o que muitos gostariam de dizer, com confiança e sabedoria, o que a torna apaixonante.
4. Como é representar alguém tão forte, sem se apoiar nas canções, mas ainda mantendo essa força dramática?
Bibi valorizava o poder da palavra, ensinamento de seu pai, Procópio Ferreira. Em "Clara Nunes — A Tal Guerreira", buscamos resgatar isso através da dramaturgia de André Magalhães e Jorge Farjalla. A dificuldade foi não torná-la óbvia, por isso, ela conduz a trama vestida como Joana, de "Gota d'Água", um dos papéis mais marcantes de sua trajetória. Com figurinos escuros e uma entonação trágica, a personagem carrega a dramaticidade de Bibi em ação, inspirada em grandes nomes como Maria Bethânia, Carmen Miranda e Edith Piaf, que a influenciaram.
5. Para você, o que significa dar vida a personagens que, quando não são reais, são extremamente conhecidos do imaginário das pessoas? Onde mora o maior obstáculo?
Lidar com as expectativas de quem vai assistir e captar a essência da personalidade é fundamental, respeitando sua memória afetiva. Busco homenagear, nunca copiar, e o reconhecimento vem da árdua labuta e do estudo. Se acredito no que faço, o público vai acreditar. Interpretando Bibi Ferreira em "Clara Nunes — A Tal Guerreira", recebo elogios sobre como estou parecida com ela, mas sempre explico: não é encarnação, é trabalho duro e pesquisa. O mais gratificante é trazer novas cores à obra, somando minha própria bagagem profissional.