&ldquoCandeia: 4ª Mostra Internacional de Narração Artística&rdquo chega pela primeira vez em versão online e gratuita
A &ldquoCandeia: Mostra Internacional de Narração Artística&rdquo está de volta, desta vez em formato totalmente online e gratuito. Em sua 4ª edição, o festival, que acontece de 14 a 19 de setembro no YouTube do Instituto AbraPalavra, é uma oportunidade de valorizar e promover a escuta e a importância do relato oral e da palavra no mundo contemporâneo. Serão seis dias de evento, com apresentações artísticas, mesas de debate e oficinas com narradores e narradoras nacionais e internacionais: tudo online, mas com aquela saudade infindável dos encontros presenciais nos teatros mineiros. A curadoria, feita pelos coordenadores da mostra Aline Cântia e Chicó do Céu, traz a diversidade cultural como tema transversal a todo o encontro, com espetáculos, bate-papos e formações. Dessa forma, a Candeia chega como grande trunfo das comemorações de 10 anos de vida do AbraPalavra.
A mostra, que pelo quarto ano se consagra como a única mostra internacional de narração artística de Minas Gerais, é voltada para o público jovem e adulto e tem tido muitos desdobramentos desde a sua primeira edição: mais espaço para a narração de histórias em Belo Horizonte espaço de reflexão e pensamento sobre as narrativas que compõem a literatura formação de novos contadores de histórias e também a formação de grupos e coletivos que querem discutir a narração e a mediação de leitura como lugar de incentivo e fomento à leitura e à literatura. Neste ano, o projeto, que conta com o patrocínio da Lei Aldir Blanc MG, traz uma programação ampla, plural e contínua, alargando as possibilidades artísticas, educativas, éticas e poéticas da arte de contar histórias na cidade.
A PROGRAMAÇÃO:
Serão seis dias intensos de programação online e gratuita, com espetáculos, apresentações artísticas, oficinas, rodas de debate e leitura e com a participação de artistas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará e Acre, além de atrações internacionais do Uruguai, Espanha e de Portugal.
No primeiro dia (14/9 - terça-feira), a partir das 19h30, será feita uma Mística de Abertura com o cantador popular Sebastião Farinhada (Espera Feliz/MG), e a abertura será com os coordenadores da mostra, Aline Cântia e Chicó do Céu. Logo após, o espetáculo &ldquoAyabas, as Grandes Mães Africanas no Brasil&rdquo, com a multiartista Aretha Sadick (SP), chega para abrir o evento com força e intensidade. A proposta da artista é compartilhar itans (lendas) das três orixás femininas mais conhecidas no Brasil (Yemanjá, a grande mãe, Oxum, sua filha e protetora das crianças, e Yansã, senhora dos ventos), realizando, assim, uma importante construção poética e imagética sobre três pilares de uma cultura matriarcal &ndash olhando para o passado, ressignificando o presente, para assim, a construir o futuro. Multiartista carioca, Aretha manifesta-se por meio da cena como Intérprete criadora de imagens na performance, música e tecnologias griote da palavra, apontando para a urgência na retomada de poder de pessoas tran negras na construção de suas imagens e de seus imaginários para produzir cura.
No segundo dia (15/9 - quarta-feira), a programação se inicia às 9h, em que será feita a transmissão da gravação do podcast &ldquoHistórias com Café&rdquo, em uma edição especial para a mostra Candeia, com Aline Cântia, Bárbara Amaral, Ana Martins e Paula Libéria. O podcast, que surgiu no meio da pandemia da Covid-19, em junho de 2020, possui 30 episódios disponíveis nas plataformas de áudio gratuitas. As quatro apresentadoras discutem temas relacionados à condição atual do mundo, ao feminino, à sonoridade e às mudanças de paradigmas, a partir dos contos da tradição oral de todo mundo. Todas as discussões surgem a partir da narração de um conto, sendo seguidas de um momento onde o público e convidados participam dos temas abordados. Às 18h30, será apresentada a &ldquoProsa Poética&rdquo com a narradora de histórias e pesquisadora Andrea Cozzi (PA). Será uma espécie de aula aberta sobre os mitos das águas e ancestralidade amazônica. Já às 20h, Genifer Gerhard (RS) chega com o seu &ldquoBrasil Pequeno Itinerante&rdquo. Em uma estética intimista, delicada e artesanal com bonecos articulados em miniatura, a artista apresenta histórias recolhidas em viagens pelo Brasil. Ao reconhecer grandezas no minúsculo, a encenação promove o diálogo entre teatro de bonecos, miniaturização e palhaçaria.
O dia 3 da mostra (16/9 - quinta feira) tem início às 17h30, com a roda de conversa sobre Narrativas do Cotidiano, com Fernanda Ribeiro e Natalia Dornelas (do podcast As Perennials), Ana Martins e Paula Libéria (Podcast Histórias com Café), e com mediação de Aline Cântia. Às 19h, mais um batepapo do Narrativas do Cotidiano: &ldquoExperiências de se contar &lsquooutras histórias&rsquo&rdquo com Alexandre Simone e Lucas Galdino, do projeto &ldquoHistórias de Te.ra.pia&rdquo. A mediação será de Aline Cântia e Chicó do Céu. E pra finalizar, às 20h30, tem apresentação artística com o contador de histórias e escritor Francisco Gregório (AC/RJ). &ldquoHistórias, Leituras e Cantorias&rdquo é uma apresentação que trará para o público um passeio pelas memórias dos nossos avós. Escritor e contador de histórias, Francisco desenvolve ações com as linguagens artística e, em especial com a mediação de leitura e a contação de histórias, há mais de 55 anos.
O quarto dia de Candeia (17/9 - sexta-feira) se inicia às 18h30 com a roda de conversa sobre &ldquoO Narrador de histórias como um trabalhador da cultura&rdquo, com Cristiana Ceschi, Giselda Perê, Aline Cântia e Chicó do Céu. Logo após, às 20h, o destaque é para a apresentação artística da atriz, contadora de histórias, fotógrafa, escritora e dramaturga Soledad Felloza (Uruguai/Galicia). Premiadíssima internacionalmente, a artista vai dialogar com a percepção de mundo que criamo no passado, que nos leva até o presente. &ldquoÀs vezes, parece que o mundo vem até nós e nossas costas se dobram. Então, em um segundo, vemos nossa postura ridícula e uma risada a transforma em uma pena. Nos momentos em que anunciam o fim do mundo, é apenas o começo&rdquo, diz a narradora de histórias.
O penúltimo dia da mostra (18/9 - sábado) vai ter, às 18h30, a roda de conversa &ldquoNarração de Histórias e Culturas Populares&rdquo, com Marco Haurélio (BA/SP) Josy Correia (CE/PT) e Ludimila D&rsquoAngelis (MG) Mediação: Fernando Chagas (MG). A apresentação artística vem logo depois, às 20h, com As Trovadoras Itinerantes (CE/Lisboa), uma dupla de artistas que percorre o mundo a contar e a ouvir histórias e canções de tradição oral de seus povos. Um projecto que chegou do Brasil em 2013, percorre países como Espanha, França, Holanda e que encontrou pouso fértil em terras portuguesas, onde residem atualmente. Nele, as multi-artistas, escritoras e investigadoras Josy Correia e Luciana Costa realizam coletas etnológicas, publicações literárias, formações artísticas, sessões de contos, música e artes cénicas de modo criativo, interativo e divertido, com concertos e espectáculos para todas as idades. Na apresentação da noite, trarão histórias de tradição oral do Brasil e de Portugal, e leitura musicada em homenagem ao centenário de José Saramago.
E, pra finalizar, o sexto e último dia de Candeia (19/9 - domingo) tem oficina &ldquoNarrativas de Vida: transcriação e pesquisa&rdquo, com Genifer Gerhardt (RS), às 9h30. Já às 18h30, a Roda de Histórias de Avós, com narradores de histórias que são referências na arte da palavra: Gislayne Matos (MG), Warley Goulart (RJ) e Giba Pedroza (SP). Mediação Bárbara Amaral (MG) será apresentada. O encerramento será às 20h, com AbraPalavra e Sebastião Farinhada (MG).