FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS DEDICA-SE À MÚSICA DO LESTE EUROPEU
EM SUAS EXPEDIÇÕES MUSICAIS DA SÉRIE &ldquoFORA DE SÉRIE&rdquo
Músicos da orquestra ocupam o centro do palco: os violinistas Rodrigo Bustamante e Joanna Bello, o violista Gerry Varona e a violoncelista Camilla Ribeiro
A música do Leste Europeu será apresentada pela Filarmônica de Minas Gerais no dia 23 de junho, às 18h, na Sala Minas Gerais, em suas &ldquoExpedições Musicais&rdquo, dentro da série Fora de Série 2018, realizada em nove sábados ao longo do ano. A regência é do maestro Marcos Arakaki. Os violinistas Rodrigo Bustamante e Joanna Bello, o violista Gerry Varona e a violoncelista Camilla Ribeiro abrem o concerto com a obra Cinco peças para quarteto de cordas, de Schulhoff. Em seguida, a Orquestra interpreta Rapsódia Lituana, op. 11, de Karlowicz No reino da natureza, op. 91, de Dvorák O mandarim maravilhoso, op. 19: Suíte, de Bartók e A noiva vendida: Abertura, de Smetana. Os programas da série Fora de Série em 2018 sempre terão uma obra de câmara apresentada por músicos da Filarmônica.
A série Fora de Série tem como tema Expedições Musicais. Os nove concertos exploram diferentes regiões e culturas por meio das variações formais que a música pode ter. As apresentações são iniciadas com obras camerísticas, e o repertório segue com peças de estruturas musicais maiores para grupos mais numerosos. Os temas dos concertos são: Itália, França, Rússia, Leste europeu, Estados Unidos, Países hispânicos, Países nórdicos, Alemanha e Brasil.
Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Aliança Energia e conta com o Apoio Cultural do BTG Pactual por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O repertório
&ldquoExpedições: Leste Europeu"
Erwin Schulhoff (1894-1942): Cinco peças para quarteto de cordas
Mieczyslaw Karlowicz (1876-1909): Rapsódia Lituana, op. 11
Antonín Dvorák (1841-1904): No reino da natureza, op. 91
Béla Bartók (1881-1945): O mandarim maravilhoso, op. 19: Suíte
Bedrich Smetana (1828-1884): A noiva vendida: Abertura
O compositor e pianista Erwin Schulhoff nasceu em Praga, no ano de 1894, em uma família judaica de origem alemã. Era um estrangeiro em sua própria terra. Soube, como poucos em seu tempo, se valer dessa condição em sua prolífica e multifacetada trajetória. Schulhoff abraçou muitos estilos e influências, como Debussy, Scriabin e Dvorák, seu primeiro mestre viveu em Viena, Leipzig e Colônia se aproximou do jazz, do Dadaísmo e do Expressionismo e, triste e desiludido após a I Guerra Mundial, tornou-se um socialista convicto. Em 1941, obteve um visto para a União Soviética, mas, enquanto organizava algumas burocracias da viagem, os nazistas invadiram Praga e Schulhoff foi deportado para o campo de concentração de Wülzburg, na Bavária, onde morreu de tuberculose em agosto de 1942. As Cinco peças para quarteto de cordas encontram na ironia e na releitura inusitada tanto da suíte de danças barroca quanto da linguagem da Segunda Escola de Viena um caminho expressivo. Dedicada a Darius Milhaud, a obra foi estreada em Salzburgo, em 1924.
Karlowicz nasceu na atual Lituânia, mas é considerado um dos grandes nomes da música polonesa do início do século XX. Sua linguagem embasada num Romantismo tardio, oriunda da música de Wagner, Tchaikovsky, Grieg e Richard Strauss, emana das profundas influências que recebeu ao longo de seus estudos em Heidelberg, Praga, Dresden, Berlim e Varsóvia. No entanto, sua linguagem soa estranhamente moderna. Essa duplicidade é que faz de Karlowicz um representante desses focos de resistência de onde nasce a criatividade. A Rapsódia Lituana, composta provavelmente em Varsóvia, em 1906, é o terceiro de seus seis poemas sinfônicos. A partir de melodias folclóricas ouvidas em viagem de férias à propriedade rural da família na Lituânia, Karlowicz criou uma música que é pura nostalgia. Sobre ela, disse: &ldquoEu tentei dar vazão a todo o pesar, tristeza e eternas correntes desse povo cujas canções preencheram minha infância&rdquo.
Dvorák é, sem dúvida, o maior representante da Escola Tcheca de música, talvez por ter ele mesmo estado no Novo Mundo. Esse grande melodista nutre seu lirismo das fontes populares. No reino da natureza, composta em 1891 e estreada no ano seguinte em Praga, faz parte de um tríptico de três aberturas de concerto, que inclui também Carnaval e Otelo. No opus 91, pintou uma paisagem sonora cheia de cores, inspirado por sua casa na pacata vila de Vysoka, onde podia escrever rodeado pela natureza. Popularidades à parte, o grande predicado de Dvorák foi ter destilado de seu folclore um material essencial, uma espécie de gramática que embasaria sua atividade criativa.
O húngaro Bela Bartók criou duas obras importantes para balé: O príncipe de madeira (1917) e O mandarim maravilhoso (1926). Ambas pertencem a um período em que Bartók se vê fascinado por Debussy, que acabara de descobrir por intermédio de seu amigo e também compositor Zoltan Kodály. Nessa fase, os dois ainda se ocupam da pesquisa sobre a música tradicional e popular de sua terra, um extensivo trabalho de coleta e registro de material que veio a definir a obra de Bartók, que depois receberia também forte influência stravinskyiana. E embora frequentemente se queira ver em O mandarim maravilhoso algo da presença do Stravinsky da Sagração, a peça vai para muito além das suas possíveis fontes e revela um artista maduro o suficiente para empregar com ousadia uma variada gama de artifícios muitas vezes inusitados e extremamente originais. Dotado de uma orquestração exuberante, e pleno de novas investidas sonoras, o balé causou escândalo em sua estreia. Incorporada ao repertório sinfônico na forma de suíte (que conserva grande parte da versão original), é uma obra que pode ser considerada emblemática desse grande nome da música do século XX.
No Leste Europeu, a escola tcheca de música sempre se manteve fecunda. Seu fundador, Bedrich Smetana, é símbolo de independência cultural e, com A noiva vendida, fundou a ópera no país. Composta entre 1863 e 1866, ano também de sua estreia em Praga, A noiva vendida trouxe ao &ldquoOcidente&rdquo a consciência das peculiaridades e especificidades da música tcheca, nem tanto pela inclusão de citações de temas populares ou de danças tradicionais, mas pelo uso desse je ne sais quoi que, nas escolas nacionais, muitas vezes se confundem com exotismos. No brilho da abertura da ópera isso se afirma, não apenas em algumas harmonias, mas numa rítmica característica e em uma atmosfera festiva que mascara habilmente as danças tradicionais.
Maestro Marcos Arakaki
Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orquestra desde 2011. Sua trajetória artística é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007).
O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfônicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filarmônicas de Buenos Aires e da Universidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e BoshlavMartinuPhilharmonic da República Tcheca.
Arakaki tem acompanhado importantes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, SofyaGulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, ChloëHanslip, LuízFilíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa.
Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinmanna American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em masterclasses com Kurt Masur, Charles Dutoit e Neville Marriner.
Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.
Rodrigo Bustamante, violino
Antes de juntar-se à Filarmônica em 2012, Rodrigo foi spalla da Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro (RS) entre 2005 e 2010, grupo com a qual também foi solista. Atuou ainda na Sinfônica de Porto Alegre, na New Eastman Symphony, na Eastman Virtuosi, na Orquestra de Câmara da Ulbra, entre outras. Mantém frequente atividade camerística, com destaque para atuações e turnês ao lado do Offenburger Streichtrio, do violinista canadense Guillaume Tardif e dos quartetos Libertas e Guignard. Recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Grupo de Câmara e foi indicado ao prêmio de Melhor Instrumentista pela atuação no álbum Kinematic, com o Musitrio. Rodrigo é graduado em Violino pela UFRGS, onde também atuou como professor substituto, e é Mestre em Violin Performance and Literature pela Eastman School of Music, na classe de Ilya Kaler e Mitchell Stern.
Joanna Bello, violino
Nascida em Caracas, Venezuela, Joanna começou seus estudos de violino no El Sistema, e logo depois recebeu uma bolsa para o renomado Colégio Emil Friedman. Desde jovem, demostrou grande interesse pela música de câmara, tendo realizado mestrado nessa área pela Universidade de Michigan (EUA), sob orientação de Stephen Shipps. Em 2002, passou a integrar a Orquestra de Câmara do Chile e a lecionar Violino na Universidad Mayor, em Santiago. Ainda no Chile, formou o Ensamble Nuevo Mundo, grupo camerístico com o qual realizou concertos nas principais salas do país. No Brasil, Joanna foi spalla da Camerata Antiqua, em Curitiba, até ingressar na Filarmônica, em 2015. Atualmente, também faz parte do Quarteto Guignard.
Gerry Varona, viola
O filipino Gerry é integrante da Filarmônica desde 2012, e tem um apreço especial pela música de câmara e por composições contemporâneas. Foi chefe de naipe na IU Philharmonic e assistente de chefe de naipe na orquestra Evansville Philharmonic e nas sinfônicas de Baton Rouge, Acadiana e Owensboro. Venceu o primeiro lugar no National Music Competition, nas Filipinas, e em outros concursos de viola nos Estados Unidos. Realizou seu mestrado na Universidade de Indiana, com bolsa da Fellowship Barbara and David Jacobs, e, ao longo dos anos, estudou com alguns dos violistas mais reconhecidos do mundo, tais como Jerzy Kosmala, Atar Arad e Matthew Daline. Como solista, já se apresentou com a IU Chamber, sob a regência de Jaime Laredo, a LSU Symphony, a Musicoop e a Peace Philharmonic Philippines.
Camilla Ribeiro, violoncelo
Com passagens pelas orquestras Jovem do Estado de São Paulo, Sinfônica de Santo André e Experimental de Repertório, Camilla integra, desde 2011, o naipe de violoncelos da Filarmônica. Já se apresentou com a Osesp como musicista convidada e frequentou o Festival Internacional de Campos do Jordão, o Festival de Música de Santa Catarina, o Rio International Cello Encounter, entre outros. Como camerista, aperfeiçoou-se no Projeto Serioso, liderado por Richard Young, do Quarteto Vermeer, e colaborou com diversos grupos. Atualmente, Camilla é integrante do Quarteto Guignard. Natural de Belém, Pará, iniciou seus estudos no Conservatório Carlos Gomes e, em 2005, obteve primeiro lugar no Concurso Nacional de Cordas Paulo Bosísio.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.
Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até abril de 2018)
965 mil espectadores
745 concertos realizados
990 obras interpretadas
102 concertos em turnês estaduais
38 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
527 notas de programa publicadas no site
176 webfilmes (19 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)
1 trilha para balé com o Grupo Corpo
1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo
SERVIÇO:
Fora da Série
23 de junho &ndash 18h
Expedições: Leste europeu
Sala Minas Gerais
Marcos Arakaki, regente
Rodrigo Bustamante, violino
Joanna Bello, violino
Gerry Varona, viola
Camilla Ribeiro, violoncelo
SCHULHOFF Cinco peças para quarteto de cordas
KARLOWICZ Rapsódia Lituana, op. 11
DVORÁK No reino da natureza, op. 91
BARTÓK O mandarim maravilhoso, op. 19: Suíte
SMETANA A noiva vendida: Abertura
Ingressos: R$ 44 (Coro), R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
Ingressos disponíveis para compra a partir de 19 de junho, terça-feira.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais &ndash Rua Tenente Brito Melo, 1090 &ndash Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.
www.filarmonica.art.br