O bloco Seu Vizinho e a escola de samba Império Serrão fizeram o Aglomerado da Serra pulsar na tarde deste sábado (18/2). Com discurso político forte, o bloco saiu com a premissa de inclusão, diversidade e política.
"O diferencial do Seu Vizinho é a inclusão, a diversidade, é um bloco da favela. As pessoas vêm porque se sentem abraçadas, a gente aceita todo mundo", disseram as irmãs Lorena e Mica Carvalho, de 32 e 26 anos, ambas parte da produção do bloco.
A política, inclusive, se fez presente em diversos momentos do cortejo. A banda saudou Margareth Menezes, Ministra da Cultura do governo Lula, e tocou o hit "Tá na Hora do Jair Jair Embora", sucesso do período eleitoral que criticava o então presidente da república, Jair Bolsonaro (PL).
Fotos: Bloco Seu Vizinho - carnaval de BH
Gritos de "Olê olê olá, Lula!" ecoaram do público, que foi acompanhado pelos músicos do trio elétrico.
Repertório e fantasia
Matheus Ribeiro, 27 anos, curte o bloco Seu Vizinho pela primeira vez este ano. Segundo ele, a banda chamou sua atenção. "O repertório é maravilhoso. Estou gostando muito. Vou voltar nos próximos anos.”
Winnie Climaco, de 36 anos, escolheu a fantasia de Power Ranger para "salvar" o Carnaval. Segundo ela, todos os anos sai pelo menos um dia vestida assim. "É a primeira vez que venho de dia com a fantasia, num bloco que sempre quis vir, estou amando.”
Presenças ilustres
Presenças ilustres marcaram presença no Seu Vizinho. Os políticos Áurea Carolina (PSOL) e Léo Péricles (UP), juntamente com o rapper Djonga estiveram no bloco e foram ovacionados pelo público e pela banda. "Um salve para três pessoas que defendem o povo preto e da favela e que estão aqui hoje", disse a puxadora do bloco.
Amor e lágrimas
No carnaval de BH, Mario e Luigi são apaixonados. Ítalo Augusto conta que a ideia da fantasia foi de Milena Gonçalves, sua namorada. "Ela quase me obrigou a vir assim, mas o que importa é que ela está feliz", disse.
As lágrimas vieram durante a música "Tudo que nóis tem é nóis", do rapper Emicida. O bloco usou a frase como lema da folia. A canção é tida como hino de resistência periférica.