A maioria das peças disponíveis para venda ia do P ao G, sendo que o maior tamanho vestia 42, no máximo. “Para a gente não tem nada. Só para as magras”, desabafou uma vendedora na Galeria do Ouvidor, que preferiu não se identificar.
O local é conhecido por ter opções em fantasia em quase todas as lojas. Apesar da procura por peças plus size, não são encontradas opções nem nos sex shops, que costumam vender peças com variação de tamanhos.
Sem opções nas lojas
Quando se encontra fantasias G, GG ou maiores, há pouca variação de produtos. Em uma Feira Shop da região, por exemplo, somente uma lojista vendia os trajes holográficos em tamanhos plus size. Mas não havia variação de peças, sendo três opções de top: azul, verde e com escamas de sereia. As hot pants estavam em falta. A vendedora disse que estava prevista a chegada de novas unidades na próxima semana.
Em outra loja visitada, uma vendedora comentou que para “achar tamanhos maiores, teríamos que rodar muito”. Encontramos uma fantasia de marinheira em uma loja no Edifício Vila Rica, na Rua São Paulo.
Falta plus size também na internet
Também on-line, as lojas encontradas pela reportagem com maior portfólio de look holográfico, por exemplo, foram a Estação Carnaval e a Co.lab. Nelas, as peças mais baratas são as de tamanhos menores, que começam a partir de R$ 50. As plus size facilmente ultrapassam a casa dos R$ 100.
'Frustrante'
A redatora Paula de La Puente, de 34 anos, conta que não procura mais roupas de carnaval em lojas físicas em Belo Horizonte. “Eu nem acho roupa normal, imagina fantasia que é uma coisa fora do comum”, comentou.
Ela afirma que as colegas magras ou com corpos “padrões” conseguem encontrar fantasias em BH. Já para pessoas que vestem acima de 42, a realidade é diferente: “Ou você customiza, ou você tenta comprar on-line. Comprar pronto não chega nem ser uma opção, porque você custa a encontrar no tamanho e quando encontra é muito caro”.
Para evitar a frustração, ela compra em lojas on-line que têm tamanhos diversificados e maior variação de peças. “É mais fácil de achar coisas legais”, afirma.
A produtora de conteúdo Ana Paula Aguiar, conhecia como Aninha It A-Gorda nas redes sociais, também esse problema na hora de montar looks para os seguidores. "A gente só encontra o maiô dourado e a saia de tule todo ano. Se quiser algo baphonico tem que mandar fazer mesmo", disse ao Estado de Minas.