A Ambev vai patrocinar pelo menos nove blocos no Carnaval de Belo Horizonte, sendo eles: Walking Samba, Quando Come se Lambuza, Beiço do Wando, Baianas Ozadas, Funk You, Havayanas Usadas, Como Te Lhama, Tchanzinho Zona Norte e Garotas Solteiras. A informação foi confirmada pela reportagem do Estado de Minas.




 

Em outras edições do Carnaval de BH, a Ambev foi patrocinadora oficial, investindo em toda a estrutura da festa. Em 2020, último carnaval da capital mineira, a empresa foi a patrocinadora master, por meio da Skol Puro Malte, além de um patrocínio do iFood e do iti, aplicativo de pagamentos digitais do banco Itaú.

 

Essas empresas, porém, não entraram para o rol de patrocinadores deste ano. A Ambev, inclusive, foi a única empresa a participar do edital da prefeitura, feito em setembro do ano passado, mas a licitação não foi para frente.

 

Segundo a Belotur, o último investimento da empresa no Carnaval de Belo Horizonte foi em um edital bianual (2019/2020), e teve o valor global de R$ 27 milhões, divididos entre verba direta e viabilização de planilha de estruturas e serviços.




 

O patrocínio deste ano, no entanto, acontece por meio de isenção fiscal, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, ou seja, verba pública.

 

Uma das ações da Ambev em 2023 será a distribuição de bioglitter, que, de acordo com a empresa, não tem plástico e não prejudica o meio ambiente, aos foliões que acompanharem os blocos da Brahma. Serão 20 quilos do produto.

Blocos enfrentam problemas financeiros

A escolha dos blocos se deu via edital lançado pelo Governo de Minas no meio de janeiro, pelo projeto Carnaval da Liberdade, dentro da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Os valores do patrocínio não foram divulgados.




 

Heleno Augusto, vocalista e organizador do bloco Havayanas Usadas, contou que a iniciativa partiu do Governo Estadual para “salvar o Carnaval”, já que até o momento de lançamento do edital, o evento não havia conseguido patrocínios para sua realização. “Essa Lei surgiu para salvar o Carnaval, porque está muito difícil. Estamos tendo que fazer mágica.”

 

A escolha da Ambev em patrocinar apenas blocos específicos do Carnaval de Belo Horizonte. porém, causou burburinhos entre outras agremiações que não conseguiram parceria com a marca.

 

A reportagem do Estado de Minas conversou com o organizador de um dos grandes blocos da capital mineira, que não quis se identificar, e ele demonstrou incômodo com as escolhas da cervejaria em patrocinar somente grupos específicos, diferentemente de outros anos.




 

Segundo ele, a organização dos blocos tem encontrado dificuldades financeiras para realização da folia.

Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC)

A Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC), criada em dezembro de 1997, é um mecanismo de apoio à produção cultural do Estado para incentivo à execução de projetos artístico-culturais por meio de dedução do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

 

Ela atua na forma de mecenato, no qual todo contribuinte que apoiar financeiramente projeto cultural poderá deduzir do imposto devido o valor destinado ao projeto, conforme determina a Lei Estadual nº 22.944/2018, e Decreto Estadual nº 47.427/2018.

 

Em nota, a Ambev informou que sempre apoiou o Carnaval e de outros eventos culturais pelo Brasil. "Somos apaixonados pela folia mineira. Apoiamos as diferentes formas de o folião se divertir para que a gente esteja junto com os nossos consumidores nas diferentes ocasiões de consumo”, diz a empresa na nota. 

 

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