Whindersson Nunes gravou um vídeo, publicado na noite deste domingo (24/12), em homenagem a Jessica Vitória Dias Canedo, que morreu na última sexta-feira (22/12) após a divulgação de fake news que a apontavam como affair do influenciador digital.




O influencer deixou uma mensagem de pêsames para a mãe da estudante e pediu a criação de uma lei para impedir que novos casos como o ocorrido voltem a ocorrer e se comprometeu a acompanhar as investigações pelo caso.

 

O digital influencer abriu seu discurso contando que foi procurado por um homem, sob alegação de que tinha recebido um print de troca de mensagens dele com a mineira. "Uma página de fofoca, uma outra página de fofoca, mandou mensagem pra mim: "Olha, tô mandando uns prints de uma conversa sua, mas a gente não vai postar, porque não parece ser você nas conversas. Você quer que eu mande pra você?". Eu falei: "Mande, mas quem é a pessoa?" [e falaram]: "É a Jéssica". A Jéssica, como se eu conhecesse alguma Jéssica. Então, eu já sabia que não era eu", iniciou.

 

"Ele falou que não ia postar e falei: "Tá, então tudo bem". Bom que me falou, que pelo menos não é todo mundo que tá vendido até o inferno. Fui dormir e quando eu acordei, já tinham postado numa página. Eu tava fora do país, tava de férias, e de primeira impressão, o que eu pensei? Sempre acontece isso comigo, as pessoas sempre detonam a menina. Então, o que eu faço pra minimizar? eu não falo nada, porque eu conheço como são as pessoas. Muitas delas são cruéis", acrescentou.




 

Whindersson explicou que o seu silêncio diante do caso ocorreu por já ter sofrido com ataque de ódio na internet. "Não conhecia a Jéssica, não sabia quem ela era, nunca tinha visto ela na minha vida. Não sabia se ela tava participando ou não, mas também não acusei. Então, quando eu vi a notícia, já voltei e disse que não conhecia ela, que essa era uma conversa fake, já pra desmentir e deixei quieto, porque eu deixo tudo quieto. Se eu fosse falar qualquer coisa que passei com mulher na minha vida, como eu sei que as pessoas são cruéis, eu sei que elas vão detonar a pessoa. Então, eu prefiro engolir", destacou.

 

"Prefiro ser o cara que não defendeu na hora que eu tinha que defender. Eu prefiro ser o cara que abandonou a esposa porque perdeu um filho, e aparentemente, se não me der um filho, parece que eu não amo a pessoa. Essas são coisas que leio, que eu sou narcisista, que isso, que aquilo, mas prefiro não falar um A. Sei que se eu falar um A, as pessoas vão fazer da vida das outras pessoas, que já estão vivendo sua vida, um inferno e eu não quero isso", desabafou.

 

O criador de conteúdo contou que havia decidido gravar um vídeo em seu retorno ao Brasil para acabar com a fake news, mas poucos dias depois sobre da morte de Jessica Vitória Dias e ficou sem reação. "Eu pensei: "meu Deus do céu, pelo amor de Deus, que não comece a inventar que eu não tô falando sobre, porque eu não quero falar, pra não ter culpa, porque eu só preciso de um tempo pra poder pensar nisso, que isso é muito novo pra mim também, isso nunca aconteceu comigo". Aconteceu de tudo um pouco, eu posso afirmar, mas isso, com certeza, nunca aconteceu", disse.




 

"Quero falar com a mãe da Jéssica. Eu sou um cara muito problemático, também tento há muito tempo dar sentido à minha vida. Eu tento me curar de abuso psicológico, de abuso sexual na infância. Tô me abrindo aqui de uma forma que eu só me abri pra pessoas que eu me relacionei mesmo, mas pra nesse momento vulnerável aí da senhora eu me mostrar a minha parte mais vulnerável também. Já passei de tudo um pouco na vida, de todo tipo de coisa ruim, mas eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida", continuou.

"Sinto muito demais mesmo pela senhora ter que passar uma coisa que eu passei por poucas horas com o meu filho. Sei que eu não posso dizer, eu sei que eu não posso nem misturar o tamanho disso, mas se eu puder de alguma forma ajudar, se eu puder de alguma forma fazer com que essa dor diminua, eu tô aqui pra qualquer coisa".

Whindersson Nunes chegou a citar diretamente a Choquei - página de fofoca que tem sido apontada como principal veiculadora das mensagens e alvo de boicote de internautas. Apesar disso, ele pediu para não haver uma onda de ódio contra o perfil e seu responsável. "Administrador da Choquei, eu já vi muita gente botando no Twitter a foto dele e dizendo "ó, essa aqui é a foto do cara". Isso pode gerar, às vezes, um ataque no meio da rua. Alguém fazer alguma coisa fisicamente com esse cara e a gente não quer mais vítimas aqui, a gente não queria nenhuma vítima", pediu.

 

Por fim, ele afirmou que está comprometido em acompanhar a apuração da polícia sobre a morte e quer a criação de uma lei chamada "Lei Jéssica Vitória". "Iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória para aprimorar a legislação brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que é esse jornalismo não oficial. Que isso é muito perigoso. Tem gente que tem muito seguidor e diz que não é uma coisa oficial, mas é uma coisa que impacta de verdade", declarou.




"Tem que ser crime postar uma conversa que duas pessoas não autorizaram. A não ser que seja uma exposição de crime para denunciar alguma coisa, eu acho que não faz sentido uma conversa privada entre duas pessoas. Por isso, é tão perigoso você não ir atrás da verdade antes de mostrar, porque isso pode ser donoso".

"Um abraço da mãe da Jéssica e vamos atrás de ver o que a gente pode fazer para melhorar daqui para frente, pelo menos a vida das pessoas nesse sentido. Se possível, um Feliz Natal e Feliz Ano-Novo aí para todo mundo", concluiu. 

 

Jessica Vitória morreu nesta sexta-feira (22/12), aos 22 anos, em Araguari, no Triângulo Mineiro, distante 567 km de Belo Horizonte. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apura a causa do falecimento.

 

Confira, abaixo, o pronunciamento na íntegra:

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