Luciano Huck se manifestou durante o Domingão deste domingo (16/06), para criticar o Projeto de Lei 1904/2024, apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), uma das principais lideranças da Frente Parlamentar Evangélica, que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio.
No dominical, ele chamou o projeto de "cruel para as mulheres" e convocou até Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, a barrar essa "situação absurda".
"Essa semana que passou, eu comecei a ler, na quinta e na sexta-feira, que a Câmara dos Deputados está avaliando um Projeto de Lei que equipara a pena do crime de aborto ao crime de homicídio. Esse projeto cria uma situação tão absurda, que independente da sua posição política, das suas convicções morais, das suas convicções religiosas, eu quero dizer que isso me causa profunda indignação", disse.
O apresentador citou ainda um exemplo utilizado por Daniela Lima, âncora da GloboNews, para exemplificar como essa PL do Aborto funcionaria no dia a dia.
"Você pega um caso real. Na semana passada, tivemos o caso assombroso de um pai... Pai! Isso não é pai que eu vou falar agora, mas teoricamente um pai. Ele foi preso essa semana depois de ser flagrado cometendo um crime de abuso sexual contra a própria filha de 17 anos que estava internada em uma UTI. Essa é a história escabrosa", lembrou.
"Só pra trazer pra realidade, esse projeto que está sendo votado na Câmara dos Deputados, vai ser votado... Esse homem, se é que pode ser chamado assim, não sei nem o que é uma pessoa que faz isso, pode pegar uma pena menor do que a filha que foi estuprada. Menor do que a vítima!", se revoltou.
"Porque, se ela vier a interromper essa gravidez depois de 22 semanas, que é o que está nessa Lei, seja por demora na Justiça ou por qualquer outro empecilho que uma vítima de abuso enfrenta hoje em dia para ter acesso ao aborto legal... Inverte os papéis! A pena dela vai ser maior do que a dele. Ou seja, não faz o menor sentido", acrescentou.
"E, de novo, não é uma questão ideológica, é uma questão de lógica mesmo. Criança não é mãe! É muito cruel obrigar uma vítima de estupro a levar à cabo até o final uma gravidez. Queria me colocar aqui claramente ao lado dessas mulheres todas, que já foram vítimas de estupro, e que não devem ser vítimas de uma injustiça, pra piorar essa situação".
"Queria aqui convocar o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Nós respeitamos o parlamento brasileiro, foi eleito pelo povo brasileiro, a gente respeita todos os deputados presentes, mas simplesmente não é lógico e é, principalmente, cruel com as mulheres do nosso país. Queria só registrar isso aqui que eu acho importante. Minha opinião pessoal", finalizou o comunicador, com aplausos da plateia e dos convidados do Domingão com Huck.
Confira, abaixo, o momento: