Daniela Thomas, filha de Ziraldo, relembrou o último pedido que fez ao pai na véspera de sua morte. O criador de O Menino Maluquinho e Turma do Pererê morreu aos 91 anos, no último sábado (06/04). A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Em entrevista ao Fantástico neste domingo (07/04), ela contou que insistiu em última conversa com o patriarca que ele pudesse "reencontrar" todos os amigos que já havia perdido e também a mãe dela - Vilma Gontijo, que faleceu em 2000, com a matriarca teve mais dois filhos além de Daniela, Antonio Pinto e Fabrizia Pinto.
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A cineasta também comentou que o desenhista já estava muito fragilizado por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que sofreu em 2018.
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"Ele tinha todo tipo de problema de saúde, então nós tÃnhamos esse medo dele morrer de repente, mas foi paulatinamente embora. Eu me despedi dele mil vezes, tive mil conversas e mil carinhos até o último momento. A última coisa que fiz na véspera da morte dele foi pedir para reencontrar os amigos e a minha mãe", declarou.
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"Eu falo com muita leva que desejei muito que partisse e parasse de sofrer. Que fosse se encontrar com os amigos lá no espaço, pelo qual sempre foi apaixonado. Não acredito no céu, mas o espaço existe. E como a gente é poeira dede estrela, ele voltou a ser poeira", acrescentou.
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Daniel também se emocionou com as homenagens ao cartunista. "Foi assustador, acho que a gente não dimensionava o tamanho do afeto do Brasil por ele. Foi uma tsunami de afeto. Nós ficamos tomados", admitiu.
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Por fim, ela rasgou elogios para o mineiro e relembrou que a famÃlia foi profundamente afetada pela perseguição da Ditadura Militar (1964-1985). "Sinto muito orgulho do quão visionário ele foi. Quando o prenderam, ficou um mês desaparecido. Nem o Exército, a Marinha ou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações) assumiram a prisão", recordou.
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Na época, Daniela Thomas chegou a visitá-lo no cárcere, em que ficou em uma solitária no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro: "Foi uma das coisas mais violentas, porque meu pai era um cara que vivia em companhia de manhã até à noite. Eu fiquei muito impressionada de como ele estava angustiado".
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Confira, abaixo, trechos da entrevista: