Filha de Roberto Cabrini, de 63 anos, Gaby Cabrini, de 31, abriu o jogo e contou detalhes de como é ter que lidar com um pai que está na guerra. O patriarca é repórter especial da Record TV e está em Israel para cobrir a guerra contra o grupo extremista Hamas.
Vale destacar, que esta não é a primeira vez que o jornalista com 40 anos de profissão foi para uma área em conflito. Roberto já esteve no Afeganistão, Iraque, Camboja, Caxemira, Somália, Ucrânia, e na própria Palestina. A apresentadora do SBT em entrevista ao portal Splash, do UOL, detalhou que sempre teve uma relação extremamente sincera com o pai e ele nunca prometeu aquilo que não poderia cumprir.
"Quando você é pequena, você não tem ideia do que está acontecendo, porque você tem seus pais como as pessoas em que você confia", declarou.
Ao ficar com mais idade, ela percebeu que a profissão do patriarca não era dasmais tranquilas, e ele nunca tentou esconder os riscos. "Ele sempre jogou limpo comigo, nunca fez uma promessa que não podia cumprir", relembrou.
"Ele [Roberto Cabrini] nunca prometeu voltar vivo, por exemplo. Meu pai não entrava nessa questão, mas sim falava que estava indo trabalhar, cumprir sua missão e que me amava muito".
"É interessante, porque até hoje ele diz: 'Nunca prometa o que você não pode cumprir, mas cumpra tudo o que prometer'. Agora adulta vejo o cuidado que ele teve com suas promessas e palavras. Enquanto fui crescendo, fui entendendo melhor o que é de fato uma guerra e os riscos que meu pai corria e hoje ainda corre", acrescentou.
Apesar de também trabalhar com jornalismo, Gaby admitiu não ter acostumado com a visita do pai em áereas de guerra. "A sensação de 'eu já vi esse filme antes' está sempre atrelada às vezes que vem a notícia de que o papai está indo. Me pergunto: 'Por que eu ainda sinto frio na barriga, medo e insegurança?'. É simples: porque ele é o meu pai! É impossível acostumar com o risco de perder quem a gente ama!", confessou.
A comunicadora contou que para a guerra da Ucrânia, ela bateu o pé e foi contra que o Roberto Cabrini fosse. No entanto, o pedido não foi atendido. "Para a Ucrânia, eu briguei muito. Fiz até um grupo de WhatsApp com a família para ele não ir, mas no final entendemos a importância e a grandeza do seu trabalho", declarou.
"Diferentemente de anos atrás, quando não tínhamos tanta facilidade, hoje podemos nos falar todo dia. Antes, em coberturas passadas dele, era mais aflitivo: era uma ligação sem hora marcada da emissora dizendo como ele estava. Agora, a tecnologia trouxe esse conforto e acalento de poder dormir tendo notícias do meu pai", desabafou.
"Não me apego muito no tempo que ele demora para responder, é uma rotina puxada, tem fuso horário e sei que ele responderá quando der. Mas confesso que se ele ficar mais de um dia sem responder eu ficaria apavorada! Graças a Deus, nunca aconteceu e espero que não aconteça".