Veruska Donato, de 50 anos de idade, que por 21 anos fez parte do jornalismo da TV Globo em São Paulo, reforçou as acusações que tinha feito no processo milionário que move contra emissora em seu depoimento à Justiça.




A jornalista insistiu que foi vítima de preconceito pela idade. Ela teria sido barrada de fazer um podcast porque, segundo sua chefia, o formato seria "coisa de jovem". Além disso, ela alegou que os diretores do canal fizeram pressão para que ela emagrecesse. Ao todo, Veruska pede uma indenização de R$ 13 milhões.

 

De acordo com as informações exclusivas, do portal Notícias da TV, que teve acesso exclusivo ao depoimento de Veruska, realizado na última segunda-feira (27/03). Donato contou que foi pressionada por Mariano Boni,  então chefe de Redação do Jornalismo em 2011 a perder peso. Na reunião, ele afirmou que a repórter estava "estranha" no vídeo.

 

A profissional alegou que sentiu o baque da bronca e reiterou que outros profissionais que estavam abaixo de Boni na hierarquia também faziam a mesma solicitação para que ela se encaixasse no padrão desejado.




 

Um outro caso, ocorrido em 2021, também marcou a âncora, hoje na Record TV do Estado do Mato Grosso do Sul. Veruska gravaria um podcast na Globo com outro colega de profissão, mas teria sido vetada. Ana Escalada, hoje diretora de Jornalismo da Globo na capital paulista, teria dito que "podcast é coisa para jovem".

 

Donato, na época com 48 anos, considerou o comentário um preconceito pela sua idade. Mesmo contrariada, acatou a ordem e seguiu como repórter de jornais locais do Grupo Globo, função em que ficou até 2021, quando foi demitida sem justificativa.

 

Agora, no processo, ela pede o reconhecimento de vínculo empregatício, já que ela trabalhou Pessoa Jurídica (PJ) durante 17 anos - a TV Globo só assinou sua carteira nos últimos dois anos antes de sua demissão.

 

Devido ao longo depoimento da jornalista, a continuação da audiência foi adiada para o mês de Junho, quando testemunhas e a defesa do canal da família de Roberto Marinho (1904-2003) ainda serão ouvidas pela Justiça do Trabalho. A Globo ainda não se pronunciou sobre o assunto. 

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