Futura primeira-dama do Brasil, a socióloga e militante do Partido dos Trabalhadores desde 1983, Rosângela da Silva, conhecida popularmente como Janja, a paranaense, de 56 anos de idade, falou pela primeira vez à imprensa desde a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 77 anos.
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, da TV Globo, a mulher do futuro presidente disse que "ainda não caiu a ficha" de que será primeira-dama e se definiu como uma pessoa "sonhadora pé no chão". "Penso coisas importantes para o mundo e agora eu estou tendo uma possibilidade de talvez contribuir para algumas dessas mudanças para o Brasil e para o mundo", destacou.
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Às jornalistas Maju Coutinho e Poliana Abritta, Janja avalia a possibilidade de "ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama para as mulheres, para as pessoas, para as famÃlias de uma forma geral" e garantiu que vai estar ao lado do marido em compromissos de trabalho e revelou qual papel vê para si na futura administração. Além disso, citou como exemplo de primeiras-damas Michelle Obama, dos Estados Unidos, e Eva Perón, mais conhecida como Evita, da Argentina.
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"Um compromisso meu, com certeza, é trazer luz a temas que carrego comigo em minha história: violência contra a mulher, quero atuar contra isso dialogando com sociedade. Alimentação, garantir alimentação saudável. E o racismo, que não podemos mais admitir na sociedade. E também discutir com a sociedade como transformar esse ódio que existe hoje em relações mais afetuosas", explicou.
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Janja também falou sobre a importância de trabalhar contra o ódio polÃtico e a polarização que marcou a campanha. "As instituições da sociedade civil tem o papel de fazer também esse diálogo com pessoas que não votaram na gente", declarou.
"Despertar um pouco de solidariedade e de compaixão numa parcela da população brasileira, que parece que deixou isso perdido em algum lugar".
Sobre algumas crÃticas que recebeu durante a campanha por participar diretamente de todas as atividades e, inclusive, fazer articulações polÃticas, Janja abriu o coração e disse que não se importou com os comentários alheios. "A opinião que importava para mim era a do meu marido. Trouxe para mim esse papel de cuidar dele, preservá-lo. Até com relação à segurança, a gente sabe todas as ameaças que ele sofre", afirmou.
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A futura primeira-dama confirmou que houve ao longo da campanha "um pouquinho de machismo e ciúmes" de alguns com relação ao seu protagonismo. "Houve machismo porque talvez a figura do Lula por si só bastasse, agora ter uma mulher do lado dele, não que complemente, mas que some algumas coisas. Hoje, acho importante, olhar pra ele e estar me vendo. E não é porque estou do lado, é porque sou essa pessoa, sou prepositiva, não fico sentada, vou lá e faço", garantiu.
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Logo depois da entrevista que foi ao ar na noite deste domingo (13/11), com duração de 30 minutos, sem intervalo comercial, Janja recebeu uma ligação de Lula e brincou com as apresentadoras. "Ele estava mais nervoso do que eu", disse.