Manoel Soares quebrou o protocolo na TV Globo e foi até a plateia do Encontro para abraçar uma mulher chamada Nice. O episódio aconteceu na manhã desta segunda-feira (01/08), quando o programa abordava o caso de racismo sofrido pelos filhos de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewban, Titi e Bless em Portugal.




Emocionada, uma senhora negra que estava no auditório começou a chorar, com os depoimentos dos artistas ao Fantástico, das convidadas e dos apresentadores.

 

"Está doendo em alguém da plateia, em uma senhorinha. Não é, Manoel?", questionou Patrícia Poeta durante uma fala de Astrid Fontenelle sobre o caso. Visivelmente emocionada, a apresentadora do GNT, que é mãe de um adolescente negro, também se emocionou com o caso. "Chorando… Porque doí. Já aconteceu muitas vezes com ela, certamente", comentou.

 

Na sequência, Manoel deixou o palco da atração e se sentou ao lado da visitante que estava aos prantos. "Estou aqui com a Dirce. Vamos lá! Estou vendo que está batendo em você como está batendo em mim e em 54% da população brasileira agora. É uma pergunta óbvia, mas eu preciso fazer: por que você está chorando?", indagou o apresentador.




 

"Eu começo a lembrar de tudo que eu passei, o preconceito, o racismo. Quando a gente era criança, minha mãe saía, nós éramos sete irmãos, e deixava a gente trancado em casa para poder fazer as coisas. As crianças iam lá jogar pedras na casa, xingar a gente... Na escola, em todo lugar. Até hoje sofremos esse preconceito. Parece que nunca vai acabar isso", desabafou. "Vai acabar. A gente vai fazer acabar", garantiu Soares, que a abraçou e continuou ali na plateia, ao lado dela, dando apoio até que ela se acalmasse.

 

Manoel Soares também deu um depoimento forte sobre como o racismo existe em sua vida, o comunicador contou, por exemplo, que é dono de um carro importado e que seu filho não utiliza o veículo, com medo de uma abordagem policial violenta

 

"A luta racial, ela não é uma luta dos negros, nossa. É de toda a sociedade. É muito complicado quando você é obrigado a ensinar o seu filho, com 7, 8, 9 anos de idade, a fazer o cálculo do racismo", iniciou ele.

"Eu já vivi isso, por ser um homem negro, de ter que ensinar meu filho como reagir em uma abordagem policial, quando for seguido no shopping, quando uma pessoa for racista com ele".

Confira, abaixo, trechos do debate no Encontro:

compartilhe