O cantor sertanejo Daniel concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo, na qual opinou sobre manifestações políticas dos artistas durante shows e ainda, do polêmico assunto que abalou o gênero musical há poucos meses: a 'CPI do Sertanejo'. Isso porque, após uma declaração de Zé Neto criticando a Lei Rouanet, foram descobertos altos valores de cachês através do Portal da Transparência. Sem ter o nome envolvido nas investigações do Ministério Público, Daniel pontuou:
“Não sei se é da forma que pintam, a gente nunca sabe. A gente vê o noticiário e às vezes são até amigos envolvidos. Acho que o artista não tem muito a ver, porque o cara é contratado”. De fato, cantores como Gusttavo Lima passaram a ser extremamente criticados nas redes sociais e o embaixador chegou até mesmo a pensar em desistir da carreira.
Sobre o assunto, no entanto, o cantor entrevistado opinou: "Mas precisa haver um consenso de valores. O artista tem o seu valor, mas tem que entender que às vezes o lugar não compete para fazer um espetáculo. Então, de repente, não vai lá fazer o show”.
Veterano em relação aos artistas do chamado 'sertanejo universitário', Daniel fez dupla com João Paulo em uma época em que os valores eram diferentes. Isso porque segundo ele, hoje os cantores são projetados apenas para terem sucesso.
"A gente começava sem saber ao certo o que ia acontecer. Íamos muito naturalmente cantando dentro de casa, e aquilo se propagava para a rua, para um boteco, e assim as coisas iam acontecendo. Hoje não, parece que existe até um projeto, parece que a pessoa já vem com um esquema pronto", disse ele.
"Muita gente que chegou hoje chegou para ficar, porque tem potencial. Mas precisa ter mais cuidado nessa questão de qualidade de letra, porque tudo é muito instantâneo. Se não tiver esse cuidado com letras que realmente tocam profundamente, que tenham possibilidade de se eternizar, a música evapora. O artista não se pode deixar levar por uma certa grandiosidade.", acrescentou.