A polêmica acerca da turnê This is Not a Drill, (Isso não é uma simulação, em tradução livre) de Roger Waters, chegou ao Brasil antes dos shows. O advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, enviou uma carta ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), pedindo que o cantor e compositor seja impedido de ingressar no país e realizar apresentações em território nacional.




O fundador do Pink Floyd se apresenta na capital mineira em 8 de novembro, às 21h, com um show grandioso no Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, entradas estão disponíveis a partir de R$ 220. A apresentação faz parte da sua turnê de despedida. Além de BH, o espetáculo passará por ao menos cinco cidades brasileiras, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo.

 

"Entrei com o pedido como cidadão, brasileiro e judeu", disse Bergher ao jornal Folha de S.Paulo. "Ele é um nazista que deve ser contido e preso", acrescentou o advogado. Vale destacar, que o músico se envolveu em uma polêmica por conta do uso de um figurino de soldado nazista durante uma performance em Berlim – o figurino de cor preta e com braçadeiras vermelhas faz parte do espetáculo The Wall desde 1980 e é usado para criticar o regime sanguinário –, mas também outras demonstrações vistas por autoridades judaicas como antissemitas.

 

Na época, Roger reagiu e acusou seus críticos de "má-fé". "Meu recente show em Berlim gerou ataques de má-fé daqueles que querem me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas", afirmou. "Os aspectos do meu show que foram questionados são claramente uma mensagem contra o fascismo, a injustiça e o sectarismo em todas as suas formas” e qualquer tentativa de vê-lo como qualquer outra coisa 'é desonesta'", acrescentou.

 

Caso Dino decida permitir a entrada de Waters no Brasil, Ary Bergher requisitou que o artista seja monitorado durante suas apresentações pelas polícias Federal e Civil. Ele também solicitou que o britânico seja punido caso faça qualquer manifestação semelhante enquanto em turnê pelo país.

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