Carnaval: Muso do Bumbum de 116 cm choca com revelação íntima

 

O enfermeiro e psicólogo Fábio Alves, de 46 anos, que ficou conhecido como o "muso do bumbum de 116 cm", está pronto para brilhar mais uma vez na Marquês de Sapucaí. Integrante da escola de samba São Clemente, que desfilou nesta sexta-feira (28) pela Série Ouro do Carnaval carioca, Fábio também é rei de bateria do Bloco Bafo da Onça, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro. 

Além da empolgação com a folia, ele vem chamando atenção nas redes sociais tanto por sua presença de destaque quanto pelas declarações sinceras sobre sua vida pessoal e sua sexualidade. Em entrevista à revista Quem, o muso abriu o coração sobre os desafios que enfrenta, os ataques homofóbicos que recebe e sua jornada de autoconhecimento.

 

Ao falar sobre sua orientação sexual, Fábio ressaltou que não se prende a classificações rígidas e acredita que cada indivíduo deve ser livre para viver sua verdade sem amarras. "Sei o que gosto e quero no momento e não julgo ou falo de ninguém. Se temos impressões digitais diferentes, por que achamos que os seres humanos são iguais em sentido de sexualidade e gênero? Somos seres únicos e criar rótulos para os seres humanos só faz com que eles sejam cada dia mais frustrados", declarou ele à Quem.

O muso também compartilhou que, apesar de no momento preferir se relacionar apenas com homens, já viveu experiências com mulheres e não se limita a um padrão fixo. "Eu, no momento, só saio com homens, mas teve um tempo em que curti sair com mulheres. Gosto de seres humanos porque performar sexualmente com uma pessoa vai muito além de sexualidade e gênero. Tem a ver com questões específicas daquele indivíduo e o que o faz se atrair pelo outro", afirmou.

 

Apesar de estar acostumado com a exposição, Fábio revelou que ainda lida com constantes ataques homofóbicos nas redes sociais. O muso acredita que, muitas vezes, os comentários ofensivos refletem questões mal resolvidas de quem os faz. "Isso tem mais a ver com o hater que não é bem resolvido sexualmente do que comigo especificamente. A prova disso são os haters que emanam palavras de ódio nas redes por não poderem ser quem queriam ser", avaliou ele.

Mesmo diante das críticas, Fábio mantém sua confiança e continua a desfilar com orgulho no Carnaval carioca. Para ele, sua trajetória e sua postura são uma forma de encorajamento para outras pessoas que ainda lutam para se aceitar.

 

Além de enfermeiro, Fábio se formou em psicologia e explicou como essa jornada acadêmica contribuiu para seu crescimento pessoal. Segundo ele, a decisão de estudar a mente humana o levou a um processo profundo de autoconhecimento, e isso o ajudou a lidar melhor com as críticas e desafios da vida pública.

"Peguei esse tempo para me conhecer melhor. Comecei a fazer terapia porque, para ser um ótimo psicólogo, você tem que se conhecer bem para que os problemas dos outros não tenham transferência em você. E, com isso, melhorei outros pontos na minha vida que não percebia que precisava melhorar", contou.

 

Na Marquês de Sapucaí, Fábio Alves desfila como muso da São Clemente, quinta escola a se apresentar nesta sexta-feira. Mas sua participação no Carnaval não se limita à escola de samba: ele também será o rei de bateria do Bloco Bafo da Onça, que encerra os desfiles na Avenida Chile.

Após a folia, Fábio já tem um novo desafio em mente. Ele pretende lançar um livro sobre sexualidade, com o objetivo de ajudar outras pessoas a se conhecerem melhor e a quebrarem tabus. O projeto, segundo ele, é uma forma de compartilhar sua experiência e oferecer suporte para aqueles que ainda enfrentam dilemas internos sobre sua identidade.

Com um discurso de liberdade e respeito às individualidades, Fábio Alves segue sendo um dos destaques do Carnaval carioca, não apenas por sua presença marcante na avenida, mas também pela sua postura de autoconfiança e empoderamento.