O casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso publicou um texto na rede social em celebração à recém-decisão da Justiça portuguesa que condenou Adélia Barros por racismo. A ação se refere a um caso ocorrido dois anos atrás, quando Títi e Bless, filhos dos atores, foram vítimas de racismo em Portugal. Em 2022, a mulher xingou as crianças e uma família de angolanos de "pretos imundos" e pediu que eles "voltassem para a África".
Segundo o jornal "Público", Adélia foi condenada pelo Tribunal de Almada a oito meses de prisão. Ela cumprirá em liberdade, contanto que não cometa o mesmo crime durante quatro anos.
Leia abaixo a nota de pronunciamento de Giovanna e Bruno:
"Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para lembrarmos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal.
Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.
Como todos sabem, no dia 30 de julho de 2022 nossos filhos e uma família de turistas angolanos foram vítimas de racismo quando estávamos de férias da Costa da Caparica. Sim, o racismo não dá férias, mas hoje parece dar uma trégua com mais uma condenação histórica. Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo. A mulher que agrediu nossos filhos – que são crianças – foi condenada a oito meses de prisão. Logo, estamos muito confiantes na Justiça Portuguesa e somos também gratos aos nossos advogados portugueses Rui Patrício e Catarina Mourão que sempre nos fizeram acreditar que a justiça seria feita.
Mais uma vez estamos emocionados. Mais uma vez agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e a de nossos amigos portugueses. E mais uma vez devemos dizer que precisamos seguir vigilantes, pois o racismo segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele."