Fabricio Carpinejar, poeta, cronista, escritor e jornalista, homenageou Fabiana Justus. A influenciadora está lutando contra uma leucemia mieloide aguda e recebeu alta da primeira fase do tratamento neste domingo (25).
Em um texto publicado no Instagram e no jornal GZH, do Rio Grande do Sul, o jornalista enalteceu a filha de Roberto Justus que ficou 34 dias internada.



Confira o texto na íntegra

"Nas redes sociais, anônimos tornam-se íntimos, celebridades tornam-se anônimas, a precariedade da vida atinge a todos. Eu caí na página de Fabiana Justus e permaneci no chão, sem conseguir parar de testemunhar o desafio que ela vem enfrentando.
Esqueça sua fama, esqueça de quem é filha, esqueça qualquer informação dos seus bastidores de empresária. Veja apenas a história de uma mãe de 37 anos, que acabou de dar à luz o seu terceiro filho, Luigi. Ela passa no pronto-socorro devido à dor nas costas e febre, acredita que será uma consulta rápida e descobre que tem leucemia mieloide aguda. É retirada subitamente de sua tranquilidade e internada às pressas no hospital, para combater um câncer agressivo e avassalador.
Tudo estava bem e, de repente, tudo não está mais. Tudo estava seguro e, de repente, tudo não está mais. Jamais saberemos quando o nosso mundo vai desmoronar. Desponta, do imenso desamparo, um invencível amor familiar.



Você chora com Fabiana desmamando Luigi, e Luigi ronronando nos seus ombros como se entoasse precocemente uma canção de ninar para a sua mãe. Você chora mais uma vez com Bruno, seu companheiro há mais de vinte anos, encolhido na cama ao lado dela, cheirando seu cangote, demonstrando igual vulnerabilidade. Você chora em seguida quando Bruno raspa a cabeça na frente das filhas, em solidariedade à esposa.
Você chora de novo ao observar o incentivo das gêmeas Chiara e Sienna, de 5 anos, porque as crianças entendem o que vem acontecendo muito mais do que pensamos. Você chora outra vez quando Bruno tira Fabiana para dançar a música 'Pra Melhorar', de Marisa Monte. Ambos de meias, ambos com passinhos miúdos para não se distanciarem excessivamente do soro: 'Lá vem o sol/ Para derreter as nuvens negras/ Para iluminar o fim do túnel'. Em todas as cenas, você não sente pena, mas orgulho de como uma família pode se unir nos momentos mais difíceis da existência.
E eles teriam motivos de sobra para esconjurar o destino, para perder a fé diante do sofrimento da doença. Mas só vejo dizerem: 'obrigado, Deus, obrigado por mais um dia perto de quem amamos'."



 
Os seguidores de Fabricio ficaram emocionados: "Esporte favorito do Carpinejar: me fazer chorar", disse uma seguidora. "Exemplo de coragem e fé. Todos os dias cai um cisco aqui em meus olhos. Vejo o amor, só ele salva mesmo. Traduziu em belíssimas palavras, como sempre muito sábio", escreveu outra.


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