Em 1º de junho de 2017, o jovem ator Eliton Torres, de 23 anos, teve sua vida brutalmente interrompida ao ser agredido com um taco de beisebol durante a comemoração de seu aniversário em São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Seis anos após o crime, sua família ainda luta por justiça, enfrentando sucessivos adiamentos no julgamento dos acusados.




Naquela noite fatídica, Eliton celebrava com amigos de infância nas ruas de São Cristóvão. Ao passar em frente à residência de Lucas Almeida Soares, de 21 anos, com quem mantinha uma antiga desavença originada em uma partida de futebol quatro anos antes, uma discussão teve início. Lucas, acompanhado de seu pai, Raul Soares Neto, de 46 anos, teria agredido Eliton com um taco de beisebol, enquanto Raul, então assessor parlamentar, supostamente apontou uma arma para impedir qualquer intervenção. Eliton foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu três dias depois.

Adriano Torres (irmão), Marisa (Mãe) Reprodução Instagram (Foto: Tufi FM)

Pai e filho foram presos preventivamente em junho de 2017, mas, após um ano e um mês, foram liberados e aguardam o julgamento em liberdade. Desde então, o processo tem sido marcado por adiamentos, aumentando a angústia da família da vítima.

Adriano Torres, irmão de Eliton e também ator, tem utilizado as redes sociais para cobrar celeridade no julgamento. Em entrevista exclusiva, ele compartilhou os desafios enfrentados pela família: 'Tem sido horrível, porque a gente tem que revisitar todo o ano o que aconteceu no sentido das audiências. A justiça não dá respostas, a gente se programa pra ir e chega na hora eles adiam, é a segunda vez que foi adiado o processo.'




A perda de Eliton deixou uma lacuna profunda na vida de Adriano, que encontrou no teatro uma forma de homenagear o irmão e manter viva sua memória: 'Minha família sofre até hoje, é horrível saber que quem arrancou meu irmão daqui da terra segue impune andando pra lá e pra cá, toda lembrança do meu irmão por mais que seja boa, vem junto de uma melancolia eterna. [...] Eu segui o sonho dele quando conheci Renato Farias que foi diretor e padrinho do meu irmão. É uma homenagem, um ato de resistência e também um lugar onde eu posso cuidar do vazio que ficou em mim, falar dele nos palcos e seguir sua história é importante para que ele não seja esquecido.'

Adriano também expressa sua indignação com a morosidade do sistema judiciário e acredita que a falta de influência e recursos da família contribui para a demora na resolução do caso: 'Sim, acho que pode ser descaso pois se minha família fosse uma família de influentes e rica o caso já teria sido adiantado e os condenados seriam julgados.'

A próxima audiência está marcada para o dia 9 de abril, às 11h, e será aberta ao público. A família de Eliton espera que, finalmente, a justiça seja feita e que a memória do jovem ator seja honrada.

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