Atividades simples do dia a dia, como ir ao supermercado ou ao trabalho, podem se tornar uma tarefa árdua para quem usa cadeira de rodas. Mas se tornam quase impossíveis quando não se consegue manusear uma. Além das dificuldades do trajeto, há cadeirantes que — seja por uma doença ou um trauma, seja por outro tipo de comprometimento — precisam de alguém que empurre o equipamento. Pensando em facilitar a vida dessas pessoas, o professor de engenharia biomédica Eduardo Lázaro Martins Naves, que coordena o Núcleo de Tecnologias Assistivas (NTA) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, desenvolveu com alunos de graduação e pós-graduação uma cadeira de rodas controlada pelos músculos da face ou pelo movimento dos olhos.
Segundo o professor, os dispositivos foram pensados e construídos com o objetivo de ajudar pessoas que não conseguem se movimentar com as pernas e não têm força ou coordenação motora para manipular um joystick (tipo de controle acoplado a cadeiras com motor). “Para se movimentar, o músculo recebe sinais elétricos, que são como estímulos. Para a ativação da cadeira, colocamos eletrodos nos músculos do rosto do paciente, e, assim, ele consegue se locomover”, explica. No caso do acionamento pela movimentação dos olhos, um sensor que capta a direção do globo ocular é acoplado à cadeira, e um computador faz a conexão entre o sensor e o motor do equipamento. Esse equipamento foi testado por seis pacientes, incluindo crianças e idosos.
O coordenador do projeto enfatiza a importância de resguardar a segurança dessas pessoas. Segundo ele, são feitos treinamentos com simuladores. Quando o paciente se mostra adaptado, é transferido para a cadeira real. Dispositivos anticolisão desligam o motor se o equipamento ficar a 40cm de um obstáculo. Questionado sobre a possibilidade de produção em larga escala das cadeiras, o professor se mostra confiante: “Acredito que os dispositivos têm potencial para ser replicados e produzidos em maior número, mas é preciso interesse e investimento dos fabricantes”, afirma.
Superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Amaral avalia o projeto como uma boa iniciativa para a independência dos cadeirantes. Porém, segundo ela, é preciso pensar de que forma esse dispositivo será disponibilizado, principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Parece um projeto muito bom, mas o governo tem dificuldades em distribuir cadeiras convencionais. Então, acredito que levará um bom tempo para que esta seja produzida em larga escala e distribuída”, afirma.
Ainda de acordo com ela, é preciso investir sempre na melhoria do acesso de cadeirantes a diversos locais. “É comum a ideia entre os governantes de que investir em acessibilidade é um favor. Acessibilidade é um direito. Não há meia acessibilidade: ou a cidade se prepara ou ela não está cumprindo com sua obrigação enquanto poder público”, defende Teresa. Segundo a Pesquisa Nacional em Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2013, 6,2% da população brasileira, ou seja, cerca de 12 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Dessas, 2 milhões são deficientes físicos com graus variados de dificuldade de locomoção.
Segundo o professor, os dispositivos foram pensados e construídos com o objetivo de ajudar pessoas que não conseguem se movimentar com as pernas e não têm força ou coordenação motora para manipular um joystick (tipo de controle acoplado a cadeiras com motor). “Para se movimentar, o músculo recebe sinais elétricos, que são como estímulos. Para a ativação da cadeira, colocamos eletrodos nos músculos do rosto do paciente, e, assim, ele consegue se locomover”, explica. No caso do acionamento pela movimentação dos olhos, um sensor que capta a direção do globo ocular é acoplado à cadeira, e um computador faz a conexão entre o sensor e o motor do equipamento. Esse equipamento foi testado por seis pacientes, incluindo crianças e idosos.
O coordenador do projeto enfatiza a importância de resguardar a segurança dessas pessoas. Segundo ele, são feitos treinamentos com simuladores. Quando o paciente se mostra adaptado, é transferido para a cadeira real. Dispositivos anticolisão desligam o motor se o equipamento ficar a 40cm de um obstáculo. Questionado sobre a possibilidade de produção em larga escala das cadeiras, o professor se mostra confiante: “Acredito que os dispositivos têm potencial para ser replicados e produzidos em maior número, mas é preciso interesse e investimento dos fabricantes”, afirma.
Superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), Teresa Amaral avalia o projeto como uma boa iniciativa para a independência dos cadeirantes. Porém, segundo ela, é preciso pensar de que forma esse dispositivo será disponibilizado, principalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Parece um projeto muito bom, mas o governo tem dificuldades em distribuir cadeiras convencionais. Então, acredito que levará um bom tempo para que esta seja produzida em larga escala e distribuída”, afirma.
Ainda de acordo com ela, é preciso investir sempre na melhoria do acesso de cadeirantes a diversos locais. “É comum a ideia entre os governantes de que investir em acessibilidade é um favor. Acessibilidade é um direito. Não há meia acessibilidade: ou a cidade se prepara ou ela não está cumprindo com sua obrigação enquanto poder público”, defende Teresa. Segundo a Pesquisa Nacional em Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2013, 6,2% da população brasileira, ou seja, cerca de 12 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. Dessas, 2 milhões são deficientes físicos com graus variados de dificuldade de locomoção.